02/07/2009


Sento-me na janela alta
E sou nostalgia...
Como tenho sido há tempos...
O vento não move as folhas das árvores,
Porque não passa,
E tudo é parado e mórbido
Por um não seu quê
Que angustia e prende...
Queria a janela da poesia de outrora,
A que prendia pelo encanto
Que tinha perfume e moleque (“moleque vento levado”)
E cabelos de moça... brinquedo...
A janela da poesia de outrora
Do inocente amor de menino
Carregada agora da paixão de poeta louco...
Talvez falte o vento
Por faltar-te (ele não vem brincar contigo).
Talvez haja apenas a poesia triste (e sedenta de vinho)
Que ainda me deixa aqui, na janela
Caneta e papel.
Ah, poesia triste (sedenta de vinho)!
Ah, sede de vinho...
Sede de jogar vermelho em tua roupa branca
Pintar-te da cor do meu sangue,
Sangue bêbado de bêbado poeta de janela...
Sede de beber em ti,
De beber-te,
Gota a gota o que tiveres a dar...
De deixar-te provar-me
Até nos embriagarmos da loucura
Das paixões vãs e verdadeiras,
Efêmeras e sublimes,
Vermelhas e bêbadas...
Entregues completamente á beleza de mim e ti,
Quando juntos, um só...

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